quarta-feira, 28 de julho de 2010

Dinosaur Jr. - You're Living All Over Me

É triste ser um nerd aos 12 anos. Tua voz muda, tu começa a ter espinhas, nascem pelos no teu suvaco e tu começa a se interessar pelas garotas. Obviamente elas não dão bola pra você, porque tu és novo demais pra elas e porque tu és nerd, claro. O cara então começa a fazer coisas idiotas. Procurar "algo" que o torne UM CARA LEGAL. J Mascis, aos 12 anos estava nesta busca. Cansado de ter a cabeça mergulhada na privada todos os dias, Mascis buscava algo que o tornasse realmente MAU.

Foi aí que ele conheceu o HEAVY METAL. Impressionado pelas camisetas pretas com imagens demoníacas que seu primo usava, Mascis resolveu se tornar um metaleiro. Economizou o dinheiro do lanche e comprou o disco que mudaria sua vida: The Number Of The Beast, do Iron Maiden. Foi um choque na sua família. O queridinho da vovó agora só ficava a ouvir a música do número da besta. Começou a deixar o cabelo crescer. Comprava roupas pretas. J Mascis já não sorria mais.

J Mascis: Metaleiro From Hell

Porém ele descobriu uma triste verdade: ter o cabelo grande e saber de cor todas as músicas do Iron Maiden não é relevante para as garotas, nem para as metaleiras. J Mascis continuava a ser o mesmo nerd tetudo loser. E foi aí que seu primo metaleiro lhe disse uma outra verdade sobre o metal (e o mundo, em geral): TER UMA BANDA = GATAS. Seu primo falou que ele deveria aprender a tocar algum instrumento e lhe deu uma velha guitarra. J então passaria sua adolescência tocando guitarra. Passava as tardes praticando e fazendo outras coisas (você sabe o que, nerd tetudo) que deixariam seus dedos rápidos. Seu plano era ser o guitarrista mais rápido de todos. E ele conseguiu.

Passado os anos, era a hora de colher os frutos de todo seu sacrifício para se tornar o melhor. Era a hora de formar uma banda. Junto com outros amigos extremamente rápidos em seus respectivos instrumentos, formou o DINOSAURFORCE, uma banda de metal melódico. DINOSAURFORCE se tornou uma banda muito respeitada dentro do cenário headbanger. Com extrema técnica, letras ÉPICAS e um vocal poderoso, atingiram rapidamente um alto status. E foi aí que J Mascis teve o que sempre desejou desde seus 12 anos: GATAS. Seus solos gigantescos e seu cabelo comprido atrairam as COCOTAS. Ele tinha todas as mulheres que queria. Ou QUASE TODAS.

Neste mesmo blog já contei histórias que provam que o cara, uma vez nerd loser, sempre será NERD LOSER. Por mais que você tente fugir, uma hora você vai se ralar. E foi aí que Mascis, no auge da sua fama como metaleiro, sofreu algo que iria abalar sua carreira: uma rejeição. Mascis conheceu uma menina que se tornaria sua obsessão: Lady Diane Dark. Lady Dark era uma bela metaleira, desejada por todos cabeludos espinhentos da cidade. E nosso amigo J se apaixonou por ela. Aproximaram-se, tornaram-se amigos. Porém, pra tristeza de Mascis, só amigos. Mas nosso querido amigo não desistia, corria atrás e fazia tudo por ela. Até saber de algo que o mataria: Lady Dark estava namorando.

O mundo do nosso amigo nerd caiu. Muito abalado, não conseguia mais viver direito. Ficava em casa comendo , bebendo e chorando. Já não ensaiava e não queria fazer shows. Mascis já não era mais o guitarrista mais rápido do mundo. E nem queria ser. Seus companheiros de DINOSAURFORCE o expulsaram da banda. J já não tinha mais motivos para viver. Os poucos amigos que continuaram do seu lado, tentaram reanimar nosso querido guitarrista. Tentavam convidar o cara pra sair, despairecer. Ele preferia ficar em casa, pensando na sua amada. Um dia, após muita insistência do seu amigo LOU BARLOW, ele aceitou ir ver um show de um tal de Neil Young. E foi nesse show que Mascis voltou a vida.

Um cara estranho, com uma voz "feia" e que cantava belas canções sobre corações partidos. Canções com os mais belos solos que ele já tinha ouvido. Mascis ficou de queixo caído, e saiu do show com o mesmo sentimento que teve quando seu primo lhe deu aquela guitarra. Empolgado, animado, esperançoso. Queria transformar toda sua decepção em música. E junto com seus amigos Lou Barlow e Murph, J formou o Dinosaur Jr.

Barulho, desilusões e...umbigos de fora?

You're Living All Over Me é o segundo disco do Dinosaur Jr. e um marco na história do rock alternativo americano. O ponto mais alto da carreira da banda, onde todas as influências estão perfeitamente dosadas. A "raiva" punk, o noise, as distorções, o metal (SIM) e os solos incríveis. Além dos sensacionais (SIM porra!) vocais "desesperados" de J Mascis. Escuta Sludgefeast, Raisans (um hino STALKER), Kracked pra tu ver. Além de um pouco da "personalidade" do Lou Barlow (mais tarde melhor explorada nos trabalhos solos - Sebadoh e etc) e um cover matador. You're Living All Over Me é um murro na cara. Um monte de sofrimento e corações quebrados ao som de belos solos barulhentos. Enfim,


Disco: You're Living All Over Me

Artista: Dinosaur Jr.

Estilo: Alternative Rock


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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Whiskeytown - Faithless Street



Você, loser, provavelmente acha a vida bem complicada né? Eu sei, você só apanha, só sofre, só faz merda e ninguém te quer. É, é complicado. MAS PODERIA SER PIOR. Imagine não ter dinheiro e morar no interior! Impossível? Pois bem, o texto dessa vez trata de um cara assim. Um grande loser caipira, Ryan Adams e seu grupo Whiskeytown.

Nossa história começa no interior de Jacksonville. Em uma casa muito pequena, situada num pequeno sitio, vive a família adams, composta por Sr. e Sra. Adams e seus 5 filhos: Ryanne, Rychard, Ryland, Ryan e Rayan. Ryan e Rayan, os filhos mais velhos, são os personagens principais desta triste e incrível história.

Desde muito cedo, os dois tiveram que TRABALHAR. Acordar todo dia cedo, tirar leite da vaca, pegar os ovos das galinhas, limpar o celeiro. Pela tarde, iam para a escola rural, aonde apanhavam dos REDNECKS ESTILOSOS COMEDORES. É amigo, a vida deles era sofrida. Ao voltar pra casa, tinham que trabalhar mais e mais. No fim do dia, eles se dedicavam aos dois grandes prazeres da vida deles: Tocar violão e escutar suas duplas sertanejas favoritas: Chitãozinho e Xororó, Milionário e José Rico, Tonico e Tinoco, entre outras.

O tempo foi passando, e Ryan e Rayan cresceram. Acumularam responsabilidades. E desejos: PEGAR GATAS. Porém os dois eram nerd losers (e pobres!) e obviamente não tinham chance com as gatas do campo. Numa destas noites frias no campo, Ryan, escutando seu irmão tocar seu costumeiro violão de todos os dias, teve uma ideia. Foi e falou para seu irmão: "Ei mano Rayan. Nos temo talento mano. Tu toca violão bem, eu canto bem. Porque não fazemo uma dupla sertaneja? É a nossa chance com a muréiada mano! Não quero mais a cabrinha Dolores toda a noite".

E assim nasceu um sonho. Ryan e Rayan, mesmo contrariados pelos pais, resolveram ir a luta. Abandonaram Jacksonville e partiram rumo ao sucesso. E o encontraram. Começaram por baixo, é claro. Tocando covers em churrascarias, bares de estradas e puteiros. Mas de grão em grão a galinha enche o papo. E assim, surgiram as primeiras GATAS. Depois de muita luta, Ryan e Rayan lançaram seu primeiro grande cd. Com ele, primeiro grande sucesso: University Ballad.

Ryan & Rayan: uma dupla de sucesso

Antes de mais um show numa Churrascaria, Ryan e Rayan receberam uma grande proposta: turnê no BRAZIL, terra do sertanejo, abrindo para Gian E Giovanni. Os dois aceitaram sem pestanejar, era a chance de conquistar o mundo todo. Felizes, partiram para o show. E durante ele, Ryan viu alguém que mudaria sua vida para sempre: Darlene. Moça do campo, muito linda e com BELOS ATRIBUTOS. Amor a primeira vista. Ao fim do show, Ryan foi conhecê-la. Disse que estava encantado, que estava apaixonado. Disse que queria casar com Darlene. E disse pra ela esperar: "Darlene, ao fim desta turnê com Gian & Giovanni, retornarei e vamos nos casar. Me espere, amor". E assim Ryan se despediu de Darlene, e partiu para a grande turnê.

Mas e aí que o drama de Ryan Adams começa, meus amigos. A turnê, promissora, foi um fracasso. O público brasileiro não aceitou aqueles dois americanos metidos a caipira. Foram vaiados, humilhados. E Ryan e Rayan brigaram. Rayan acusou Ryan. Falou que Darlene virou a cabeça dele. Ryan não admitiu que Rayan falasse assim de sua amada. E assim, os irmãos se separaram. E voltaram para a América. Ryan, ainda confuso, resolveu voltar para casa, para encontrar sua amada. Porém, ao chegar em casa, Ryan sofre um segundo, e derradeiro baque. Em cima da mesa, Adams encontra um Envelope. Uma carta. Com letras douradas, num papel bonito, lê a sua maior decepção: "Convite de Casamento de JORGE E DARLENE". Ryan não aguenta. Começa a chorar copiosamente. Deixa o convite cair no chão, e aí avista o golpe fatal. Num cantinho, rabiscado no verso: "Meu amor, eu confesso. Estou casando, mas o grande amor da minha vida é você."

Ryan Adams, sozinho, sem seu maior amigo e parceiro, o irmão Rayan, e sem sua amada, Darlene, se vê perdido. Sem saber aonde ir. Vai pro bar e bebe para tirar aquela dor do peito. Mas não adianta. Nada cura a dor de Ryan. Em uma das suas andanças noturnas, tentando esquecer a amada que estragou sua vida, Adams passa por um bar diferente. Deste estabelecimento, vinha um som muito lindo, meio "country". Ryan se apaixona pela música. Adentra e vê que falta um vocalista, era uma banda "instrumental". Ainda bêbado, entrega para eles suas letras e pede para se juntar a banda, como vocalista. E assim nasce o Whiskeytown.

Whiskeytown, o bar e centenas de casos de amor.

Alimentado pelas rejeições, pela bebida e pela vida bucólica do campo, e influenciado por seus mestres Gram Parsons, Xororó, etc., Ryan e o Whiskeytown gravam Faithless Street. Em 21 músicas, o Whiskeytown passeia pelos clichês do country, com um pé no rock alternativo americano. Tá tudo lá. O sotaque country junto com as guitarras sujas a la Replacements. Um punhado de músicas sensacionais. Drank Like A River, If He Can't Have You, Excuse Me While I Break My Own Heart Tonight, 16 Days. Um monte de música de corno, um monte de música triste. Você, nerd loser, vai se identificar. Vai sentir o cheiro de bosta de vaca, o cheiro de grama molhada. E vai querer ir morar no campo. Enfim,

Disco: Faithless Street
Artista: Whiskeytown
Estilo: Alternative Rock, Country


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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Big Star - #1 Record/Radio City

Eu sei, você já está cansado dessa história de "powerpop/colorido". Já não aguenta mais o Fiuk, o Restart, o Cine e o Brokencyde. E eu sei também que tu comprou um calça apertada colorida, pra tentar pegar alguma gata.Mas ela nem serviu em você, seu nerd tetudo. Mas é a vida, e assim segue você, na falta de sacanagem. Enfim, este blog tem o COMPROMISSO COM A VERDADE. E é necessário esclarecer algumas coisas sobre esses seres que estão na moda agora. É preciso mostrar pra garotada as origens do estilo. E é neste texto que falarei sobre a primeira banda Powerpop da história: BIG STAR.


Tudo começa com a história de Alex Chilton. Ele, aos 16 anos, era um...PEGADOR. Sim meus amigos, ele incrivelmente não era um nerd gordo perdedor. Desde pequeno ele sempre se deu bem. Todas as garotas da pré escola queriam ser "ATENDIDAS" pelo doutor Alex. Ele surrava nos gordinhos e humilhava os nerdzinhos. E tinha sua própria Boyband. Sim meus amigos, antes de criar a maior banda de Powerpop, Alex Chilton teve o The Box Tops, principal influência Backstreet Boys e toda essa galera.


Porém O The Box Tops durou pouco tempo. Chilton, comedor-mór, tinha um temperamento complicado e não aceitou que seus parceiros de boyband também tivessem o cabelo repartido. E assim, terminou com a banda. Após o fim do Box Tops, Chilton encontrava-se meio perdido. Seu cabelo repartido já não fazia muito sucesso com as garotas. Ele precisava revolucionar, se reinventar. Ele percebeu que nessa época o que estava dando certo era o Rock And Roll. Beatles, Kinks, etc, sabe? Era um monte de gatas gritando para aqueles caras de cabelo ensebado. E era isso que ele queria.


Alex Chilton juntou seus discos favoritos dos Beatles, Kinks, Byrds,etc, colocou tudo embaixo do braço e foi a luta. Queria descobrir o que esse som tinha e como ele deixava as gatas loucas. E foi direto pra origem do rock: o gueto. Mas lá já não existiam mais aqueles caras de bigodes esquisitos que caminhavam como um pato. Só negões de cabelos coloridos e roupas esquisitas, que, incrivelmente, faziam sucesso com as garotas. Chilton, intrigado e instigado com tudo isso, perguntou a um maluco que viu na rua, rodeado de garotas: "-Cara, como tu consegue isso? São tantas garotas!" O maluco, prontamente respondeu: "-Pois é branquelo, essas meninas são super freaks. Mas o que deixa essa mulherada doida, além do meu GINGADO, são estas calças. Experimenta aí amigo. Elas pinicam, mas fazem a diferença." E assim nascia o legado das calças coloridas.

Munido de calças de diversas cores, Chilton se juntou a outros amigos canalhas, Chris Bell (GÊNIO), Andy Hummel e Jody Stephens, e gravou o primeiro disco do Big Star: #1 Record. Juntou o que aprendeu com o soul, com o rock, e elevou a enésima potência. É clássico atrás de clássico. E além disso tem a Thirteen, também conhecida como "música mais foda do mundo".

BIG STAR: IRREVERENTES e COLORIDOS

Mas a nossa história não acaba por aqui. Infelizmente (ou felizmente), Alex Chilton e Chris Bell, durante a gravação do segundo disco brigaram. Chilton e Bell não se decidiram quem usaria a calça verde limão na capa do disco. Ninguém queria dar o braço a torcer. Egos inflamaram. Chilton falou "-Se a sua estrela não brilha não tente apagar a minha". E era o fim da parceria, mas não o fim da genialidade. Bell saiu da banda, deixou algumas canções e foi fazer seu excelente disco solo (I Am The Cosmos - corre baixar também, nerd tetudo). Chilton, Hummel e Stevens continuaram. finalizaram o Radio City: um pouco mais "sombrio" que o primeiro, mas com tudo aquilo que fez de #1 Record um clássico. You Get What You Deserve, Daisy Glaze, September Gurls e I'm In Love With A Girl mostram que eles não perderam a mão.


Bandas influenciadas pelo Big Star


O Big Star ainda lançou mais um disco extremamente fantástico, o Third/Sister Lovers. E aí meus amigos, o estrago já estava feito. Eles, apesar de nunca terem alcançado o sucesso comercial, pegaram muitas gatas. E deixaram um punhado de músicas que virou a cabeça de muito nerd tetudo por aí. Nerds tetudos que, impressionados pelas calças coloridas extremamente apertadas, resolveram formar suas próprias bandas. Replacements, Teenage Fanclub, Wilco, Afghan Whigs e mais uma porrada de gente deve as calças (literalmente) pro Big Star. Estava escrito nas estrelas, o Big Star nasceu pra brilhar (RÁ). Enfim,

Disco: #1 Record/Radio City *
Artista: Big Star
Estilo: Powepop




*Juntos em CD