segunda-feira, 12 de julho de 2010

Whiskeytown - Faithless Street



Você, loser, provavelmente acha a vida bem complicada né? Eu sei, você só apanha, só sofre, só faz merda e ninguém te quer. É, é complicado. MAS PODERIA SER PIOR. Imagine não ter dinheiro e morar no interior! Impossível? Pois bem, o texto dessa vez trata de um cara assim. Um grande loser caipira, Ryan Adams e seu grupo Whiskeytown.

Nossa história começa no interior de Jacksonville. Em uma casa muito pequena, situada num pequeno sitio, vive a família adams, composta por Sr. e Sra. Adams e seus 5 filhos: Ryanne, Rychard, Ryland, Ryan e Rayan. Ryan e Rayan, os filhos mais velhos, são os personagens principais desta triste e incrível história.

Desde muito cedo, os dois tiveram que TRABALHAR. Acordar todo dia cedo, tirar leite da vaca, pegar os ovos das galinhas, limpar o celeiro. Pela tarde, iam para a escola rural, aonde apanhavam dos REDNECKS ESTILOSOS COMEDORES. É amigo, a vida deles era sofrida. Ao voltar pra casa, tinham que trabalhar mais e mais. No fim do dia, eles se dedicavam aos dois grandes prazeres da vida deles: Tocar violão e escutar suas duplas sertanejas favoritas: Chitãozinho e Xororó, Milionário e José Rico, Tonico e Tinoco, entre outras.

O tempo foi passando, e Ryan e Rayan cresceram. Acumularam responsabilidades. E desejos: PEGAR GATAS. Porém os dois eram nerd losers (e pobres!) e obviamente não tinham chance com as gatas do campo. Numa destas noites frias no campo, Ryan, escutando seu irmão tocar seu costumeiro violão de todos os dias, teve uma ideia. Foi e falou para seu irmão: "Ei mano Rayan. Nos temo talento mano. Tu toca violão bem, eu canto bem. Porque não fazemo uma dupla sertaneja? É a nossa chance com a muréiada mano! Não quero mais a cabrinha Dolores toda a noite".

E assim nasceu um sonho. Ryan e Rayan, mesmo contrariados pelos pais, resolveram ir a luta. Abandonaram Jacksonville e partiram rumo ao sucesso. E o encontraram. Começaram por baixo, é claro. Tocando covers em churrascarias, bares de estradas e puteiros. Mas de grão em grão a galinha enche o papo. E assim, surgiram as primeiras GATAS. Depois de muita luta, Ryan e Rayan lançaram seu primeiro grande cd. Com ele, primeiro grande sucesso: University Ballad.

Ryan & Rayan: uma dupla de sucesso

Antes de mais um show numa Churrascaria, Ryan e Rayan receberam uma grande proposta: turnê no BRAZIL, terra do sertanejo, abrindo para Gian E Giovanni. Os dois aceitaram sem pestanejar, era a chance de conquistar o mundo todo. Felizes, partiram para o show. E durante ele, Ryan viu alguém que mudaria sua vida para sempre: Darlene. Moça do campo, muito linda e com BELOS ATRIBUTOS. Amor a primeira vista. Ao fim do show, Ryan foi conhecê-la. Disse que estava encantado, que estava apaixonado. Disse que queria casar com Darlene. E disse pra ela esperar: "Darlene, ao fim desta turnê com Gian & Giovanni, retornarei e vamos nos casar. Me espere, amor". E assim Ryan se despediu de Darlene, e partiu para a grande turnê.

Mas e aí que o drama de Ryan Adams começa, meus amigos. A turnê, promissora, foi um fracasso. O público brasileiro não aceitou aqueles dois americanos metidos a caipira. Foram vaiados, humilhados. E Ryan e Rayan brigaram. Rayan acusou Ryan. Falou que Darlene virou a cabeça dele. Ryan não admitiu que Rayan falasse assim de sua amada. E assim, os irmãos se separaram. E voltaram para a América. Ryan, ainda confuso, resolveu voltar para casa, para encontrar sua amada. Porém, ao chegar em casa, Ryan sofre um segundo, e derradeiro baque. Em cima da mesa, Adams encontra um Envelope. Uma carta. Com letras douradas, num papel bonito, lê a sua maior decepção: "Convite de Casamento de JORGE E DARLENE". Ryan não aguenta. Começa a chorar copiosamente. Deixa o convite cair no chão, e aí avista o golpe fatal. Num cantinho, rabiscado no verso: "Meu amor, eu confesso. Estou casando, mas o grande amor da minha vida é você."

Ryan Adams, sozinho, sem seu maior amigo e parceiro, o irmão Rayan, e sem sua amada, Darlene, se vê perdido. Sem saber aonde ir. Vai pro bar e bebe para tirar aquela dor do peito. Mas não adianta. Nada cura a dor de Ryan. Em uma das suas andanças noturnas, tentando esquecer a amada que estragou sua vida, Adams passa por um bar diferente. Deste estabelecimento, vinha um som muito lindo, meio "country". Ryan se apaixona pela música. Adentra e vê que falta um vocalista, era uma banda "instrumental". Ainda bêbado, entrega para eles suas letras e pede para se juntar a banda, como vocalista. E assim nasce o Whiskeytown.

Whiskeytown, o bar e centenas de casos de amor.

Alimentado pelas rejeições, pela bebida e pela vida bucólica do campo, e influenciado por seus mestres Gram Parsons, Xororó, etc., Ryan e o Whiskeytown gravam Faithless Street. Em 21 músicas, o Whiskeytown passeia pelos clichês do country, com um pé no rock alternativo americano. Tá tudo lá. O sotaque country junto com as guitarras sujas a la Replacements. Um punhado de músicas sensacionais. Drank Like A River, If He Can't Have You, Excuse Me While I Break My Own Heart Tonight, 16 Days. Um monte de música de corno, um monte de música triste. Você, nerd loser, vai se identificar. Vai sentir o cheiro de bosta de vaca, o cheiro de grama molhada. E vai querer ir morar no campo. Enfim,

Disco: Faithless Street
Artista: Whiskeytown
Estilo: Alternative Rock, Country


LINK



FONTE


5 comentários:

Monalisa B. disse...

"Você, loser, provavelmente acha a vida bem complicada né? Eu sei, você só apanha, só sofre, só faz merda e ninguém te quer. É, é complicado. MAS PODERIA SER PIOR. Imagine não ter dinheiro e morar no interior!"

PRA TU VER A MINHA SITUATION, Brunitcho.

Gabriela disse...

mey,eu quero o link do ep do ryan e rayan cara!!!! kkkkkkkk

Gabriela disse...

e "não quero mais a cabrinha Dolores" foi sinistro véi rsrsrsrsr

Anônimo disse...

praticamente um slaxxx da vida.

Unknown disse...

Tudo bem, tudo bem. Vou ignorar a persona clássica da PCB do "peão tecnológico".
Sincero, ok. Especial, (...). Solitário? Abre a muitas interpretações, mas ah, verei pelo lado bom da coisa. Para acompanhar essa tua solidão sugiro a imersão cultural pela óptica, para variar um pouco da recorrente ótica ;D, que lhe é habitual. "O Estrangeiro" de Camus e "Os Sofrimentos do Jovem Werther" de Goethe. Caso ainda não tenha lido, ajudam muito na digestão de si mesmo e reforçam os retiros.
Pelos comentários, o esquema das gatas tá funcionando. Ou não, como tu mesmo diz.

A verdade é que o blog me surpreendeu. Tenta te manter nestas coisas, tem mais a ver contigo, como eu suspeitava. Tu escreve bem.
Enquanto restar alguma coisa desse cara diferente tu vai te dar bem, só não deixa a Cacilda te corromper.

Ok, estou convencido. Este blog será meu repositório de bandas novas. Mas eu voltarei aqui com pouca frequência para dizer mais algumas coisas desconexas. Ou não.

Abraço cara!