segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cap'n Jazz - Analphabetapolothology

O ano é 2004. Estamos na oitava série e você é um nerd loser tetudo. Você tira 10 em todas as matérias, mas as suas chances com as garotas da turma são inversamente proporcionais a quantidade de espinha que existe na sua cara. E sabemos que você já apelou para tudo: já comprou um boné da nike e já comprou uma camiseta do Iron Maiden. E também sabemos aquilo que hoje você tenta esconder: que você pediu pro seu Zé da Barbearia não deixar mais o cabelo repartido, e sim uma FRANJA. Que tu fez trabalhos pros pegadores em troca de dinheiro para comprar uma MUNHEQUEIRA. Que tu escreveu no teu All Star I S2 MCR. Não precisa negar, nós sabemos tudo isso. Que tu cantava emocionado"Um Minuto Para o Fim do Mundo", que tu ouvia Simple Plan. Mas o que você não sabia é que isso não começou com o CPM22 em 2004. E é sobre uma das principais bandas do EMOCORE (sim!) que o Fliperama (depois de um LONGO HIATO) vai falar!

Tim Kinsella é um nerd americano clássico, desses que tu só vê na sessão da tarde: magrelo, feio e espinhento. Sua rotina é (como todo bom nerd loser) é ir bem em todas provas e apanhar dos jogadores de futebol americano. Enfim, uma vida normal de um nerd, como a sua e a minha. Porém Kinsella, antes mesmo de ter pêlo no saco, já começou a sofrer suas primeiras decepções amorosas. Tudo que Tim sempre quis foi poder brincar com sua vizinha no parquinho. Mas é claro que ela nunca quis brincar com ele. Quem iria querer brincar com o nerd que ainda andava de bicicleta com rodinhas? Ela preferia andar com os DURÕES que empinavam suas Bikes na rua.

O tempo passou, mas a paixonite de Tim Kinsella por sua vizinha não. Enquanto os peitos da vizinha dele não paravam de crescer, ele continuava tendo espinha e perdendo todo dia o dinheiro do seu lanche pros caras da escola. Até que um dia, Tim resolveu mudar . Ele estava cansado de ter sua cabeça afogada na privada e queria ser um cara durão. Mas como ser durão, se tu não consegue nem bater no teu próprio irmão mais novo? Mal sabia Tim que sua vida mudaria justamente depois de uma briga com seu irmão mais novo (chamado Mike Kinsella).

Após ser alvo de pancadas do irmão, Tim procurou vingança: pegou os discos favoritos do cara pra tocar fogo. Porém um dos álbuns lhe chamou a atenção: um careca, de cabeça pra baixo, num canto, como um nerd loser! Ele resolveu escutar o tal disco. Era de uma banda chamada Minor Threat. Ao ouvir aquele disco, Tim teve uma revelação: ele também poderia ser durão. Kinsella poderia se tornar HARDCORE. E ele sabia o que fazer: rasgou suas calças, fez um moicano e gritou contra o sistema. Tim agora era um PUNK HARDCORE. Ele não fazia mais os temas, não ia mais na aula. Ele não lavava mais a louça e agora ficava o tempo que quisesse no banheiro com a revistinha da AVON da mãe dele.

"Punk Rock Até Os Ossos!"

Tim fez as pazes com seu irmão. Aprendeu a "CANTAR". Escreveu letras de protesto e formou uma banda com o irmão. Agora ele era um cara durão, com uma banda durona. Era o que ele precisava pra chamar a atenção do seu grande amor. Mas amigos, como vocês podem bem imaginar, a vida de um nerd não é fácil assim. Você pode até fugir, mas o seueu "nerd" sempre estará em você. E foi assim com nosso amigo Kinsella. Ele ainda era o mesmo bunda mole loser. Ele ainda apanhava dos Jogadores de futebol americano. E sua banda era alvo de piada da sua vizinha.

A época de Hardcore de Tim Kinsella não durou muito tempo. Porque continuar se ele não pode ter o amor da vida dele? Ele não se interessava mais em cantar, não queria saber mais de escrever letras, nem de protestar contra o sistema. Kinsella estava na fossa. Passava os dias comendo chocolate e assistindo Barrados no Baile. E foi num desses dias, num intervalo do programa, que Tim viu algo que mudaria sua vida: o clipe de Take On Me, do A-Ha. Tim finalmente percebeu que ele não precisava ser durão para se dar bem com as gatas. Que as garotas gostam também de caras EMOTIVOS. E foi aí que nasceu o Cap'n Jazz, banda seminal do Emocore.

Junto com seu irmão e seus amigos, ele formou a banda que seria exemplo para mil e uma bandas que viriam depois. Munidos de munhequeiras, cintos de rebite e muito gel para arrumar as franjas, gravaram diversos demos e EP's. Todos estes EP's estão reunidos no disco que apresento agora.

"Tim Kinsella e sua franja emo."

Analphabetapolothology é um verdadeiro grito de desespero de todos os nerds losers. Sem exagerar no sentimentalismo, as diversas canções da antologia conseguem passar toda a confusão de uma cabeça adolescente (de um nerd loser, pra ser mais claro). Oh Messy Life, Basil's Kite e diversas outras exemplificam isso. Os vocais desesperados do Tim, os ritmos rápidos e quebrados, tudo isso exprime tudo aquilo que você sempre quis guitar. Escute Analphabetapolothology e aproveite para gritar tudo isso junto com o Tim. Enfim,


Disco: Analphabetapolothology

Artista: Cap'n Jazz

Estilo: Emocore, Hardcore





sábado, 4 de setembro de 2010

The Beach Boys - Pet Sounds

Pois é amigos, depois de um tempo de recesso, estamos de volta pra mais uma história VERÍDICA sobre discos legais - ou nem tão legais assim. Já que pediram, vamos entrar de vez no mundo do surf. Acho que todo nerd tetudo sabe bem que tipo de caras fazem sucesso com as gatas. Sim, ROQUEIROS ou ESPORTISTAS. Neste caso, surfistas. Tu sabe, todos sabem, pranchas de surf atraem garotas. Tu sabe, tanto que comprou uma PLANONDA e uma camiseta da Billabong. Mas é óbvio que nenhuma gata te quis, porque essa tua cara de nerd tetudo espinhento não engana ninguém.

Bom, a história dos nossos amigos do The Beach Boys começa lá na Califórnia. Sim, a terra dos surfistas. GATAS, PRAIA, CARROS, GATAS e GATAS. Lá na Califórnia vivam três irmãos: Brian, Carl e Dennis . Espertos que só, aprenderam desde pequeno que o surf poderia lhes render BELOS FRUTOS. E assim foi uma boa parte do tempo. Juntos com seu primo Mike Love (podem imaginar o porque desse "Love", né não?) e o amigo Alan Jardine, passavam as tardes surfando e trovando as menininhas na beira da praia. A vida que todo nerd tetudo pediu a deus.

Mas é claro que esta história não estaria aqui se não tivesse um pouco de sofrimento. E foi o que a adolescência trouxe para eles. É amigos, não é só nos nerds tetudos que nasce espinha. Não é só nos nerds tetudos que as TETAS começam a crescer. Mas é claro, eles ainda eram surfistas. Ainda chamavam a atenção das GATAS na praia. Ou não. É amigos, os surfistas também foram trocados. Por roqueiros. As garotas que antes corriam atrás dos seus calções floridos agora estavam mais interessadas nas calças apertadas e nos ternos dos garotos com cabelo em forma de tigela.

Pois é amigos, eles não tinham mais nada. Eles até eram bons em matemática (como a gente!) mas isso não fazia sucesso com as garotas (como a gente).Então eles apelaram. Compraram as calças apertadas, cortaram o cabelo, começaram a fingir que estavam bêbados e que vieram da Inglaterra. Até aprenderam a tocar. Mas não deu muito certo. Resolveram largar tudo.

"The Beach Boys traindo o movimento Surf, véio"

E foi aí que eles encontraram a solução. Ao guardar os instrumentos, no porão de casa, Brian encontra uma cópia de um velho disco: "King Of The Surf Guitar", de Dick Dale. Perguntou pro seu pai a fonte, e ele disse: "Ah, este é um velho disco que seu vô escutava." Instigado, resolveu escutar. Foi aí que ele encontrou a solução: eles não deveriam imitar aqueles roqueiros britânicos. Deveria fazer um surf rock a la Dick Dale. E foi o que eles fizeram. Juntaram-se novamente, e resolveram ver se dava certo. E deu. Foi sucesso atrás de sucesso, Surf atrás de surf e gata atrás de gata (OPA). Eles agoram eram os reis da praia.

Mas Brian Wilson (o mais NERD de todos os Beach Boys) se sentia estranho com tudo isso. É claro que ele gostava muito de ter uma gata diferente cada noite (ele era LESADINHO, mas nem tanto), mas ele queria algo mais (amor? haha). Ele sabia aonde tava se metendo, e obviamente se ferrou. De maneira cruel. Ele até encontrou o amor. Mas a rejeição lhe encontrou. Encontrou toda a banda. Os roqueiros de cabelo de tigela resolveram mudar. Deixar o cabelo crescer, deixar a barba crescer. Experimentar coisas novas. E levar todas as gatas com eles. Inclusive o amor de Brian Wilson.

Os garotos da praia não aguentaram. Afundaram-se nas drogas e na depressão. Experimentar esta sensação novamente não iria ser fácil. Enquanto alguns já desistiam da carreira, Brian Wilson continuava errante pelas praias. E foi em um praia deserta que ele novamente encontrou uma solução. Ao caminhar pelo noite, totalmente fora da casinha, encontrou uma RODINHA DE VIOLÃO. Um cara de camiseta florida entoava algumas belas músicas e alguns belos clássicos (Legião e Raul, é claro). Wilson aproximou-se do cidadão e falou: "Belas músicas cara. Eu tinha uma banda também, The Beach Boys, conhece?" O cara respondeu: "Claro, eu escuto bastante. Também sou artista, J. Johnson. Tenho duas músicas pra te mostrar, talvez você goste de alguma e queira gravar."

O cantor desconhecido mostrou duas canções para Wilson: SITTING, WAITING, WISHING e GOD ONLY KNOWS. Esta última fez a Wilson chorar. Impressionado, pegou a música e foi pra casa. Lá, em seu estúdio começou a compor e gravar. Chamou seus companheiros de banda, pra mostrar o que ele estava fazendo. Todos impressionados, resolveram voltar. O The Beach Boys estava de volta, pra gravar um dos discos mais lindos de toda a história.

"Nenhum animal morreu durante a gravação."

Pet Sounds é perfeito. Nada esta fora do lugar. Os vocais, os arranjos, as melodias. As guitarras, as cordas, o theremin, as garrafas, os latidos, os sons bizarros, as buzinadas de bicicleta. Todas as músicas fazem sentido, todas as músicas são espetaculares. Nenhuma ganha de God Only Knows, mas todas merecem estar ali ao seu lado. Enfim, Pet Sounds influenciou quase todo mundo depois dele, redefiniu a música Pop. Mas se nada disso te importa, enfim, só posso dizer que ele é lindo demais. Que as letras são de cortar o coração. E que mesmo assim, consegue encher o coração de uma esperança inexplicável (????). Enfim,


Disco: Pet Sounds

Artista: The Beach Boys

Estilo: Pop, Rock


LINK

FONTE


quarta-feira, 28 de julho de 2010

Dinosaur Jr. - You're Living All Over Me

É triste ser um nerd aos 12 anos. Tua voz muda, tu começa a ter espinhas, nascem pelos no teu suvaco e tu começa a se interessar pelas garotas. Obviamente elas não dão bola pra você, porque tu és novo demais pra elas e porque tu és nerd, claro. O cara então começa a fazer coisas idiotas. Procurar "algo" que o torne UM CARA LEGAL. J Mascis, aos 12 anos estava nesta busca. Cansado de ter a cabeça mergulhada na privada todos os dias, Mascis buscava algo que o tornasse realmente MAU.

Foi aí que ele conheceu o HEAVY METAL. Impressionado pelas camisetas pretas com imagens demoníacas que seu primo usava, Mascis resolveu se tornar um metaleiro. Economizou o dinheiro do lanche e comprou o disco que mudaria sua vida: The Number Of The Beast, do Iron Maiden. Foi um choque na sua família. O queridinho da vovó agora só ficava a ouvir a música do número da besta. Começou a deixar o cabelo crescer. Comprava roupas pretas. J Mascis já não sorria mais.

J Mascis: Metaleiro From Hell

Porém ele descobriu uma triste verdade: ter o cabelo grande e saber de cor todas as músicas do Iron Maiden não é relevante para as garotas, nem para as metaleiras. J Mascis continuava a ser o mesmo nerd tetudo loser. E foi aí que seu primo metaleiro lhe disse uma outra verdade sobre o metal (e o mundo, em geral): TER UMA BANDA = GATAS. Seu primo falou que ele deveria aprender a tocar algum instrumento e lhe deu uma velha guitarra. J então passaria sua adolescência tocando guitarra. Passava as tardes praticando e fazendo outras coisas (você sabe o que, nerd tetudo) que deixariam seus dedos rápidos. Seu plano era ser o guitarrista mais rápido de todos. E ele conseguiu.

Passado os anos, era a hora de colher os frutos de todo seu sacrifício para se tornar o melhor. Era a hora de formar uma banda. Junto com outros amigos extremamente rápidos em seus respectivos instrumentos, formou o DINOSAURFORCE, uma banda de metal melódico. DINOSAURFORCE se tornou uma banda muito respeitada dentro do cenário headbanger. Com extrema técnica, letras ÉPICAS e um vocal poderoso, atingiram rapidamente um alto status. E foi aí que J Mascis teve o que sempre desejou desde seus 12 anos: GATAS. Seus solos gigantescos e seu cabelo comprido atrairam as COCOTAS. Ele tinha todas as mulheres que queria. Ou QUASE TODAS.

Neste mesmo blog já contei histórias que provam que o cara, uma vez nerd loser, sempre será NERD LOSER. Por mais que você tente fugir, uma hora você vai se ralar. E foi aí que Mascis, no auge da sua fama como metaleiro, sofreu algo que iria abalar sua carreira: uma rejeição. Mascis conheceu uma menina que se tornaria sua obsessão: Lady Diane Dark. Lady Dark era uma bela metaleira, desejada por todos cabeludos espinhentos da cidade. E nosso amigo J se apaixonou por ela. Aproximaram-se, tornaram-se amigos. Porém, pra tristeza de Mascis, só amigos. Mas nosso querido amigo não desistia, corria atrás e fazia tudo por ela. Até saber de algo que o mataria: Lady Dark estava namorando.

O mundo do nosso amigo nerd caiu. Muito abalado, não conseguia mais viver direito. Ficava em casa comendo , bebendo e chorando. Já não ensaiava e não queria fazer shows. Mascis já não era mais o guitarrista mais rápido do mundo. E nem queria ser. Seus companheiros de DINOSAURFORCE o expulsaram da banda. J já não tinha mais motivos para viver. Os poucos amigos que continuaram do seu lado, tentaram reanimar nosso querido guitarrista. Tentavam convidar o cara pra sair, despairecer. Ele preferia ficar em casa, pensando na sua amada. Um dia, após muita insistência do seu amigo LOU BARLOW, ele aceitou ir ver um show de um tal de Neil Young. E foi nesse show que Mascis voltou a vida.

Um cara estranho, com uma voz "feia" e que cantava belas canções sobre corações partidos. Canções com os mais belos solos que ele já tinha ouvido. Mascis ficou de queixo caído, e saiu do show com o mesmo sentimento que teve quando seu primo lhe deu aquela guitarra. Empolgado, animado, esperançoso. Queria transformar toda sua decepção em música. E junto com seus amigos Lou Barlow e Murph, J formou o Dinosaur Jr.

Barulho, desilusões e...umbigos de fora?

You're Living All Over Me é o segundo disco do Dinosaur Jr. e um marco na história do rock alternativo americano. O ponto mais alto da carreira da banda, onde todas as influências estão perfeitamente dosadas. A "raiva" punk, o noise, as distorções, o metal (SIM) e os solos incríveis. Além dos sensacionais (SIM porra!) vocais "desesperados" de J Mascis. Escuta Sludgefeast, Raisans (um hino STALKER), Kracked pra tu ver. Além de um pouco da "personalidade" do Lou Barlow (mais tarde melhor explorada nos trabalhos solos - Sebadoh e etc) e um cover matador. You're Living All Over Me é um murro na cara. Um monte de sofrimento e corações quebrados ao som de belos solos barulhentos. Enfim,


Disco: You're Living All Over Me

Artista: Dinosaur Jr.

Estilo: Alternative Rock


LINK

FONTE

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Whiskeytown - Faithless Street



Você, loser, provavelmente acha a vida bem complicada né? Eu sei, você só apanha, só sofre, só faz merda e ninguém te quer. É, é complicado. MAS PODERIA SER PIOR. Imagine não ter dinheiro e morar no interior! Impossível? Pois bem, o texto dessa vez trata de um cara assim. Um grande loser caipira, Ryan Adams e seu grupo Whiskeytown.

Nossa história começa no interior de Jacksonville. Em uma casa muito pequena, situada num pequeno sitio, vive a família adams, composta por Sr. e Sra. Adams e seus 5 filhos: Ryanne, Rychard, Ryland, Ryan e Rayan. Ryan e Rayan, os filhos mais velhos, são os personagens principais desta triste e incrível história.

Desde muito cedo, os dois tiveram que TRABALHAR. Acordar todo dia cedo, tirar leite da vaca, pegar os ovos das galinhas, limpar o celeiro. Pela tarde, iam para a escola rural, aonde apanhavam dos REDNECKS ESTILOSOS COMEDORES. É amigo, a vida deles era sofrida. Ao voltar pra casa, tinham que trabalhar mais e mais. No fim do dia, eles se dedicavam aos dois grandes prazeres da vida deles: Tocar violão e escutar suas duplas sertanejas favoritas: Chitãozinho e Xororó, Milionário e José Rico, Tonico e Tinoco, entre outras.

O tempo foi passando, e Ryan e Rayan cresceram. Acumularam responsabilidades. E desejos: PEGAR GATAS. Porém os dois eram nerd losers (e pobres!) e obviamente não tinham chance com as gatas do campo. Numa destas noites frias no campo, Ryan, escutando seu irmão tocar seu costumeiro violão de todos os dias, teve uma ideia. Foi e falou para seu irmão: "Ei mano Rayan. Nos temo talento mano. Tu toca violão bem, eu canto bem. Porque não fazemo uma dupla sertaneja? É a nossa chance com a muréiada mano! Não quero mais a cabrinha Dolores toda a noite".

E assim nasceu um sonho. Ryan e Rayan, mesmo contrariados pelos pais, resolveram ir a luta. Abandonaram Jacksonville e partiram rumo ao sucesso. E o encontraram. Começaram por baixo, é claro. Tocando covers em churrascarias, bares de estradas e puteiros. Mas de grão em grão a galinha enche o papo. E assim, surgiram as primeiras GATAS. Depois de muita luta, Ryan e Rayan lançaram seu primeiro grande cd. Com ele, primeiro grande sucesso: University Ballad.

Ryan & Rayan: uma dupla de sucesso

Antes de mais um show numa Churrascaria, Ryan e Rayan receberam uma grande proposta: turnê no BRAZIL, terra do sertanejo, abrindo para Gian E Giovanni. Os dois aceitaram sem pestanejar, era a chance de conquistar o mundo todo. Felizes, partiram para o show. E durante ele, Ryan viu alguém que mudaria sua vida para sempre: Darlene. Moça do campo, muito linda e com BELOS ATRIBUTOS. Amor a primeira vista. Ao fim do show, Ryan foi conhecê-la. Disse que estava encantado, que estava apaixonado. Disse que queria casar com Darlene. E disse pra ela esperar: "Darlene, ao fim desta turnê com Gian & Giovanni, retornarei e vamos nos casar. Me espere, amor". E assim Ryan se despediu de Darlene, e partiu para a grande turnê.

Mas e aí que o drama de Ryan Adams começa, meus amigos. A turnê, promissora, foi um fracasso. O público brasileiro não aceitou aqueles dois americanos metidos a caipira. Foram vaiados, humilhados. E Ryan e Rayan brigaram. Rayan acusou Ryan. Falou que Darlene virou a cabeça dele. Ryan não admitiu que Rayan falasse assim de sua amada. E assim, os irmãos se separaram. E voltaram para a América. Ryan, ainda confuso, resolveu voltar para casa, para encontrar sua amada. Porém, ao chegar em casa, Ryan sofre um segundo, e derradeiro baque. Em cima da mesa, Adams encontra um Envelope. Uma carta. Com letras douradas, num papel bonito, lê a sua maior decepção: "Convite de Casamento de JORGE E DARLENE". Ryan não aguenta. Começa a chorar copiosamente. Deixa o convite cair no chão, e aí avista o golpe fatal. Num cantinho, rabiscado no verso: "Meu amor, eu confesso. Estou casando, mas o grande amor da minha vida é você."

Ryan Adams, sozinho, sem seu maior amigo e parceiro, o irmão Rayan, e sem sua amada, Darlene, se vê perdido. Sem saber aonde ir. Vai pro bar e bebe para tirar aquela dor do peito. Mas não adianta. Nada cura a dor de Ryan. Em uma das suas andanças noturnas, tentando esquecer a amada que estragou sua vida, Adams passa por um bar diferente. Deste estabelecimento, vinha um som muito lindo, meio "country". Ryan se apaixona pela música. Adentra e vê que falta um vocalista, era uma banda "instrumental". Ainda bêbado, entrega para eles suas letras e pede para se juntar a banda, como vocalista. E assim nasce o Whiskeytown.

Whiskeytown, o bar e centenas de casos de amor.

Alimentado pelas rejeições, pela bebida e pela vida bucólica do campo, e influenciado por seus mestres Gram Parsons, Xororó, etc., Ryan e o Whiskeytown gravam Faithless Street. Em 21 músicas, o Whiskeytown passeia pelos clichês do country, com um pé no rock alternativo americano. Tá tudo lá. O sotaque country junto com as guitarras sujas a la Replacements. Um punhado de músicas sensacionais. Drank Like A River, If He Can't Have You, Excuse Me While I Break My Own Heart Tonight, 16 Days. Um monte de música de corno, um monte de música triste. Você, nerd loser, vai se identificar. Vai sentir o cheiro de bosta de vaca, o cheiro de grama molhada. E vai querer ir morar no campo. Enfim,

Disco: Faithless Street
Artista: Whiskeytown
Estilo: Alternative Rock, Country


LINK



FONTE


quinta-feira, 8 de julho de 2010

Big Star - #1 Record/Radio City

Eu sei, você já está cansado dessa história de "powerpop/colorido". Já não aguenta mais o Fiuk, o Restart, o Cine e o Brokencyde. E eu sei também que tu comprou um calça apertada colorida, pra tentar pegar alguma gata.Mas ela nem serviu em você, seu nerd tetudo. Mas é a vida, e assim segue você, na falta de sacanagem. Enfim, este blog tem o COMPROMISSO COM A VERDADE. E é necessário esclarecer algumas coisas sobre esses seres que estão na moda agora. É preciso mostrar pra garotada as origens do estilo. E é neste texto que falarei sobre a primeira banda Powerpop da história: BIG STAR.


Tudo começa com a história de Alex Chilton. Ele, aos 16 anos, era um...PEGADOR. Sim meus amigos, ele incrivelmente não era um nerd gordo perdedor. Desde pequeno ele sempre se deu bem. Todas as garotas da pré escola queriam ser "ATENDIDAS" pelo doutor Alex. Ele surrava nos gordinhos e humilhava os nerdzinhos. E tinha sua própria Boyband. Sim meus amigos, antes de criar a maior banda de Powerpop, Alex Chilton teve o The Box Tops, principal influência Backstreet Boys e toda essa galera.


Porém O The Box Tops durou pouco tempo. Chilton, comedor-mór, tinha um temperamento complicado e não aceitou que seus parceiros de boyband também tivessem o cabelo repartido. E assim, terminou com a banda. Após o fim do Box Tops, Chilton encontrava-se meio perdido. Seu cabelo repartido já não fazia muito sucesso com as garotas. Ele precisava revolucionar, se reinventar. Ele percebeu que nessa época o que estava dando certo era o Rock And Roll. Beatles, Kinks, etc, sabe? Era um monte de gatas gritando para aqueles caras de cabelo ensebado. E era isso que ele queria.


Alex Chilton juntou seus discos favoritos dos Beatles, Kinks, Byrds,etc, colocou tudo embaixo do braço e foi a luta. Queria descobrir o que esse som tinha e como ele deixava as gatas loucas. E foi direto pra origem do rock: o gueto. Mas lá já não existiam mais aqueles caras de bigodes esquisitos que caminhavam como um pato. Só negões de cabelos coloridos e roupas esquisitas, que, incrivelmente, faziam sucesso com as garotas. Chilton, intrigado e instigado com tudo isso, perguntou a um maluco que viu na rua, rodeado de garotas: "-Cara, como tu consegue isso? São tantas garotas!" O maluco, prontamente respondeu: "-Pois é branquelo, essas meninas são super freaks. Mas o que deixa essa mulherada doida, além do meu GINGADO, são estas calças. Experimenta aí amigo. Elas pinicam, mas fazem a diferença." E assim nascia o legado das calças coloridas.

Munido de calças de diversas cores, Chilton se juntou a outros amigos canalhas, Chris Bell (GÊNIO), Andy Hummel e Jody Stephens, e gravou o primeiro disco do Big Star: #1 Record. Juntou o que aprendeu com o soul, com o rock, e elevou a enésima potência. É clássico atrás de clássico. E além disso tem a Thirteen, também conhecida como "música mais foda do mundo".

BIG STAR: IRREVERENTES e COLORIDOS

Mas a nossa história não acaba por aqui. Infelizmente (ou felizmente), Alex Chilton e Chris Bell, durante a gravação do segundo disco brigaram. Chilton e Bell não se decidiram quem usaria a calça verde limão na capa do disco. Ninguém queria dar o braço a torcer. Egos inflamaram. Chilton falou "-Se a sua estrela não brilha não tente apagar a minha". E era o fim da parceria, mas não o fim da genialidade. Bell saiu da banda, deixou algumas canções e foi fazer seu excelente disco solo (I Am The Cosmos - corre baixar também, nerd tetudo). Chilton, Hummel e Stevens continuaram. finalizaram o Radio City: um pouco mais "sombrio" que o primeiro, mas com tudo aquilo que fez de #1 Record um clássico. You Get What You Deserve, Daisy Glaze, September Gurls e I'm In Love With A Girl mostram que eles não perderam a mão.


Bandas influenciadas pelo Big Star


O Big Star ainda lançou mais um disco extremamente fantástico, o Third/Sister Lovers. E aí meus amigos, o estrago já estava feito. Eles, apesar de nunca terem alcançado o sucesso comercial, pegaram muitas gatas. E deixaram um punhado de músicas que virou a cabeça de muito nerd tetudo por aí. Nerds tetudos que, impressionados pelas calças coloridas extremamente apertadas, resolveram formar suas próprias bandas. Replacements, Teenage Fanclub, Wilco, Afghan Whigs e mais uma porrada de gente deve as calças (literalmente) pro Big Star. Estava escrito nas estrelas, o Big Star nasceu pra brilhar (RÁ). Enfim,

Disco: #1 Record/Radio City *
Artista: Big Star
Estilo: Powepop




*Juntos em CD


sábado, 5 de junho de 2010

Bon Iver - For Emma, Forever Ago


Pra falar sobre Bon Iver e seu "For Emma, Forever Ago" é necessário contar uma história.

Tudo começa lá pelos idos de 1990. Justin Vernon (vocalista do Bon Iver) era um destes típicos nerds (tipo eu e você). Ia bem na escola, não atraia as garotas e sofria muito nas mãos do pessoal do time de futebol americano.

Porém sua vida mudou, quando assistiu o clipe de ICE ICE BABY. Ele tinha encontrado a solução de seus problemas: virar um rapper malvado. E foi o que ele fez. Comprou roupas largas, correntões de ouro, discos do Run DMC, aprendeu umas gírias, fazia beatbox. Resolveu ser vida loka. Ninguém ousava a zoar o maluco. E finalmente as garotas gostavam dele. Justin virou CANALHA (RISOS).

Justin Vernon mandando um Beatbox

Com o passar dos anos, muitas GATAS passaram pelas mãos do mano Vernon. Mas ele não suspeitava que seu passado NERD LOSER iria dar as caras novamente. E apareceu de uma forma muito cruel. Sim meus amigos, nosso camarada Justin Vernon se apaixonou. Bobamente. Desde então, sua vida virou de cabeça pra baixo. Estava confuso com seus sentimentos, suas percepções, seu amor. Só pensava na sua amada e era muito feliz ao lado dela. Mas como todo nerd loser, no fim ele tomou no cu. Bem grande.

Agora estava ele, sozinho, perdido, confuso e sem a sua amada. Ele pensava nela o dia todo, seguia a guria por todas as ruas que ela passava, ele lia os recados dela, escutava as músicas favoritas dos dois. Era uma obsessão que estava destruindo nosso querido amigo Justin. E ele sabia disso, e decidiu que isso tinha que passar. Não sabia o que fazer, tentou até criar um blog (HAHA), mas não deu certo. Tentou beber também, mas não deu certo. Quando finalmente não sabia mais o que tentar, teve uma brilhante idéia: hibernar.

"Tomei no cu"

Isso, fazer como os ursos. Ir pra floresta, tirar uma "soneca" e acordar renovado. E foi o que ele fez. Viajou alguns quilometros e se isolou numa cabine na floresta de Wisconsin. Tentou hibernar, mas acordou depois de um cochilo de 20 minutos. Pegou seu violão, alguns microfones e começou a compor.

O resultado é o que lhes apresento. For Emma, Forever Ago é como estar naquela floresta. As vozes multiplicadas, a sonoridade incrível que ele tira com o violão, os ruídos, etc, tudo faz com que o cara sinta o frio, a neve, o vento, os ursos e os lobos (sem insinuações homoeróticas aqui, porra). A solidão daquela cabine. E você, grande loser emo que é, ao escutar essa maravilha vai chorar como uma criancinha. Até desidratar. Vai pensar que Skinny Love é a música mais perfeita do mundo, que encaixa perfeitamente em seus sentimentos. Vai se arrepiar com a Re: Stacks e vai colocar "Your Love Will Be Safe With Me" no título do seu FLOGÃO, que tu mantém secretamente. Ah vai.

Enfim, baixa que o negócio é bão.


Disco: For Emma, Forever Ago
Artista: Bon Iver
Estilo: Singer/Songwritter,Indie,Folk

LINK

FONTE

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Quem precisa de motivo?

Acho justo começar escrevendo sobre os motivos que me levaram a criar este blog. Minha mãe sempre me ensinou a ser sincero. Logo, serei.

Fiz este blog pra pegar gatas. Sim, tu sabe, todos sabem. Tudo que um cara faz na vida tem o objetivo de arranjar gatas. Você que comprou um nike shox, não precisa esconder, eu sei que foi pra pegar gatas. Você que agora tem um camiseta xadrez e um corte de cabelo emo, eu sei, foi pra pegar gatas. Você que virou DJ, você que montou uma banda, você que estuda engenharia elétrica, eu sei, tudo isso é pra pegar gatas. Ou não.

Liferuller pegando gata

Na verdade, eu fiz este blog porque sou um cara diferente. Sincero, especial e solitário. Este blog vai funcionar como uma válvula de escape para as minhas frustrações diárias. Um blog para falar das coisas que eu gosto. Um blog para amantes de boa música, bons filmes e bons livros. Um blog para quem prefere ficar lendo Rimbaud e escutando Erik Satie do que ir para festas. Ou não.

Um cara diferente e especial

No fim, o que eu queria pedir é que relevassem os erros de português, os possíveis plágios (juro que eu não lia a gordurama), as ofensas e o humor tosco. Gostaria de também pedir que escutassem os discos que eu vou indicar/linkar aqui. E comentassem. Podem ofender a vontade. Enfim,